Preencha os campos abaixo para submeter seu pedido de música:
Por Nelson Lin – Rádio Nacional/SP
Foto: Reprodução/O Tempo
Ouça aqui
O velho problema da violência continuou a assustar brasileiros neste ano de 2023. Na Bahia, o assassinato da líder quilombola Mãe Bernadete, em agosto, causou comoção nacional, até o momento cinco pessoas foram presas e denunciadas pelo Ministério Público e aguardam julgamento.
Além da violência no campo, brigas de facções de tráfico de drogas e a violência policial também atingiram diversas cidades da Bahia, deixando ao menos 60 mortos pelas polícias até setembro. As mortes geraram críticas de entidades de direitos humanos à atuação da polícia militar do estado, que agora lidera o ranking de polícia mais letal de acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Em São Paulo, houve a operação Escudo entre julho e setembro para coibir o crime organizado na baixada santista. No entanto, a operação que se iniciou como reação à morte de um PM resultou em 28 mortes de pessoas em supostos confrontos policiais, também gerando críticas da ouvidoria da polícia e diversos outras entidades de defesa de direitos humanos. Em relatório, a Anna Livia Arida, da Human Rights Watch, coloca em dúvida a versão de que as pessoas teriam morrido em confronto com a PM.
No fim de dezembro, o ministério Público indiciou dois policiais que participaram da operação por homicídio duplo qualificado.
Medidas consideradas equivocadas por especialistas para combater o crime também surgiram no Rio de Janeiro, como o ressurgimento de justiceiros e a apreensão de menores para simples averiguação na operação Verão. O defensor público Rodrigo Azambuja destaca que a operação tem um viés racista.
Os ataques às escolas também foram notícia neste ano que passou, com 11 ocorrendo neste ano, a última delas foi em Sapopemba na capital paulista. Em comum a todos esses ataques, o discurso de ódio presente nas redes sociais. Nesse sentido, o especialista Daniel Cara defendeu a regulação das redes sociais para impedir a propagação de discursos de ódio.
Discursos de ódio, violência e letalidade policial, o ano de 2023 mostrou o tamanho dos desafios do poder público e da sociedade para diminuir a violência no país.