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Por Wendell Setubal*/
Foto: Reprodução/Internet**
O JORNALISTA Pedro Doria, na coluna Ponto de Partida, You Tube, lembrou de Karl Popper, hoje no ostracismo, mas que já foi o queridinho da direita europeia no pós-guerra. Só havia um rival à sua altura: Ludwig Wittgenstein.
COMO havia divergências entre os dois – Popper priorizando a especulação filosófica, Wittgenstein afirmando que o problema estava na linguagem – Bertrand Russell, professor da Universidade de Cambridge, chamou-os para um debate. Aqui não é um espaço para explicitar as diferenças, mas não podemos deixar de mencionar que o que mais emocionou no debate foi quando Wittgenstein ficou irritado com Popper, pegou um espeto para usar no fogo da lareira e esboçou atirá-lo no oponente. Foi convencido a não jogar o espeto.
VOLTEMOS ao título e ao Brasil. Para nós, Tolerante é a esquerda; também a direita liberal. Intolerante é o bolsonarismo. Vejamos os últimos atos do Intolerante:
1. Inventou o Orçamento Secreto: o deputado X recebe uma quantia Y para aplicar em Z. Quem é X? Quanto é Y? Onde é Z? Não dizem.
2. Qualquer coisa que envolva a família Bolsonaro e seus cúmplices só poderá ser vista daqui a 100 anos.
3. O Alto-Comando das Forças Armadas continua pressionando o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), visando impor a cédula de papel.
4. A morte de um militante do PT chocou o país, menos Bolsonaro. Não ligou para a viúva, telefonou para o irmão do morto, que é bolsonarista. Insinuou que o falecido teria provocado o assassino. O morto é o culpado. A conclusão do inquérito é vergonhosa. Deixaram de ouvir testemunhas indicadas por pessoas ligadas à vítima e cinicamente a delegada afirmou que sua conclusão se baseava no depoimento da mulher do assassino!!!! Faltou o depoimento do assassino. A verdade seria: o morto foi responsável. Para completar, um dos filhos do capitão disse que os opositores deveriam pedir desculpas ao pai!
SE FOR mantida a tolerância com o Intolerante, iremos gradativamente nos acostumando com a barbárie e a banalização do mal. Vencerá o Intolerante. Parte da esquerda aposta na eleição para derrotar Bolsonaro. Fulano tem mais rejeição que Beltrano e vai por aí. Tudo dentro do Sistema.
OS ANARQUISTAS de hoje tendem ao anarcocapitalismo, mas os espanhóis da Guerra Civil da década de 1930, anarquistas, afirmavam: “Os sonhos não envelhecem.”
MARCELO! PRESENTE!!!
*Wendell Setubal – Revisor de texto com Pós-Graduação pela PUC-MG. Publicado originalmente na página Fato e Ideias no Facebook.
**Nota do site. O ator Francisco Milani (foto em destaque) interpretava o personagem Saraiva, em programa humorístico, que tinha o seguinte bordão: “Pergunta idiota, tolerância zero”.