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Por Wendell Setubal*
Fotos: Reprodução/Internet
O senso comum responderia sim. Só que ele é insuficiente para dar conta de toda a realidade. Larissa acusa os pais de ficar com seu dinheiro, quando era menor de idade. Javier Milei é o candidato mais votado nas eleições primárias na Argentina, que servem para os partidos escolherem seu candidato, saber se tem aval popular ou não. Javier é um Bolsonaro que pensa.
Não sei dos detalhes do caso Manoela, mas a maioria ficou do seu lado. Muitos lembraram do menino que fez Esqueceram de mim que refugiou-se nas drogas porque os pais se separaram e brigaram pela guarda do filho, leia-se, pelo DINHEIRO que o garoto estava ganhando.
A separação mecânica entre o bem e o mal esbarra na complexidade do real. Vejamos a violência das polícias militares, exacerbada nos últimos 15 dias.
Em São Paulo, foi uma retaliação devido à morte de um PM. No Rio, “busca de traficantes”, o mesmo de sempre.
Só que o Uol mostrou estudo que aponta para a polícia que matou mais jovens pobres e negros: a da Bahia, governada pelo PT há 10 anos. Contra fatos há argumentos?
É provável que tenha havido leniência da parte do governo, aliada ao discurso bolsonarista de maiores salários para as polícias militares, caso fossem federalizadas.
E na Argentina? Milei se define como anarcocapitalista. Promete dolarizar a economia, fechar o Banco Central e é contra os políticos. É economista. A mudança climática, segundo ele, é “uma farsa da esquerda”.
O anarcocapitalista preza a liberdade individual, antes de tudo, ou seja, liberdade para usar armas e, no limite, matar. Liberdade para o mercado e a propriedade privada, acreditando que a Mão Invisível do mercado se autorregularia.
O lulismo lá atende pelo nome de peronismo. Quase sempre às voltas com denúncias de corrupção. Vem daí o discurso de Javier: contra TODOS os políticos.
Isso só ratifica a continuidade do trabalho para extirpar o bolsonarismo. De anarcocapitalista, basta o Bozo.
*Wendell Setubal – Revisor de texto com Pós-Graduação pela PUC-MG. Publicado originalmente na página Fato e Ideias no Facebook.
