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Por Almir Cezar Filho*
Foto: Agência Brasil
Em meio às incertezas econômicas, o setor agropecuário enfrenta uma situação delicada com dívidas que vencem em 2024. O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, trouxe à tona a preocupante realidade em uma reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Esse cenário de endividamento, somado a fatores climáticos adversos e políticas desfavoráveis, levanta questões críticas sobre o papel do governo e dos ruralistas na economia nacional.
Desenvolvimento:
Fávaro apontou para o endividamento acumulado nos últimos anos, resultando em um passivo expressivo para o setor agropecuário brasileiro. Em uma conjuntura marcada pela falta de renda no campo, a classe trabalhadora, em especial, é impactada diretamente por essas condições desfavoráveis.
O governo, em suas políticas voltadas para o agronegócio, tem demonstrado uma preferência notável pelos interesses dos grandes produtores rurais em detrimento dos pequenos agricultores e da classe trabalhadora rural. O diagnóstico das dívidas que vencem em 2024 é uma oportunidade para a equipe econômica propor “medidas estruturantes”. Contudo, fica a dúvida se essas medidas serão verdadeiramente inclusivas e beneficiarão aqueles que mais necessitam.
A reunião também discutiu o Plano Safra 2023/2024, onde Fávaro ressaltou as “intempéries climáticas”, tais como a seca no Centro-Oeste e no Nordeste e o excesso de chuvas no Sul. Esses eventos climáticos extremos afetam diretamente a produção agrícola e, consequentemente, a estabilidade financeira da classe trabalhadora rural.
Críticas e Limitações Orçamentárias:
Em um cenário em que a falta de renda e as adversidades climáticas prejudicam os trabalhadores rurais, a equipe econômica deve ponderar sobre a eficácia das políticas em andamento. O compromisso do governo com o déficit zero e as limitações orçamentárias são realidades que impõem desafios, mas é necessário questionar se tais compromissos não perpetuam desigualdades estruturais.
Um Chamado à Equidade para Trabalhadores Rurais e Pequenos Agricultores
O endividamento iminente do setor agropecuário em 2024 lança luz sobre as complexidades e desafios enfrentados pelos trabalhadores rurais. É fundamental que as medidas propostas pelo governo não se concentrem apenas nos interesses dos ruralistas, mas também atendam às necessidades prementes da classe trabalhadora e dos pequenos agricultores. A análise crítica é crucial para garantir que as políticas adotadas não perpetuem desigualdades e injustiças sociais, mas sim promovam uma abordagem mais justa e equitativa para todos os envolvidos no cenário agrícola brasileiro.
*Almir Cezar Filho – Economista, colunista da Rádio Censura Livre e apresentador do programa Economia É Fácil [na RCL] e editor da ANotA – Agência de Notícias Alternativas. Texto para a Agência de Notícias Alternativas (ANOTA)