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É A ECONOMIA, ESTÚPIDO! - CL Web Rádio

É A ECONOMIA, ESTÚPIDO!

Por Wendell Setubal*
Foto: Reprodução/Internet

GEORGE Bush (pai de George W. Bush) atacou o Iraque e derrubou Sadam Hussein, antigo aliado. Era do Partido Republicano. No fim do mandato, tentou a reeleição. O candidato do Partido Democrata era Bill Clinton.

AS pesquisas indicavam a vitória de Clinton. Bush estava perplexo, pois fora saudado pela opinião pública por derrotar Sadam Hussein. A economia norte-americana estava patinando e aumentava o desemprego. Por que Clinton estava liderando?

UM assessor de Clinton, James Carville, criou o slogan “É a economia, estúpido!”, afirmando que os norte-americanos estavam preocupados com a inflação, o alto preço dos imóveis, dando mais importância a isso do que à vitória na Guerra do Golfo.

INDEPENDENTEMENTE do processo que condenará os envolvidos com a invasão de prédios públicos, do Executivo, do Legislativo e do Judiciário, em 8 de janeiro, e a questão das joias, a desintegração do bolsonarismo está acontecendo porque com Lula a economia começa a melhorar.

O CRESCIMENTO no último trimestre cria as condições para que, em 2023, o crescimento do país chegue a 3,8%. Pouco? Ano passado foi de 2,9%. Um pequeno aumento. Só que é significativo, porque o pessoal da Faria Lima, onde se concentra o capital financeiro do país, bancou Bolsonaro e torce o nariz para Lula. “Vai ser o caos!” “Populismo gastador!”

O ESTADO está gastando mais, só que em vez de ser para poucos está fazendo transferência de renda, através do Bolsa Família, por exemplo. Além do aumento do consumo, há um crescimento do salário médio, ainda lento. A queda da inflação de alimentos ajuda porque esta inflação pune mais os pobres. O agronegócio continua como carro-chefe, mas pode cair se a China diminuir as compras que faz da agricultura brasileira.

TUDO azul? Não, há pouco investimento em novas instalações, moradia, equipamentos, máquinas novas, softwares etc. Investimento externo precisa crescer, pois significa confiança na economia.

MAS o país não tem um céu de brigadeiro. A classe dominante deixou claro que é contra algumas promessas de Lula na campanha.

A QUESTÃO da autonomia do Banco Central, rever a Reforma Trabalhista, a da Previdência e as privatizações da água e do saneamento são malvistas pelo Congresso direitista. Taxar os super-ricos? Nem pensar.

QUE fazer? Apelar para os movimentos sociais? Estão com pouca mobilidade. Unidade então nem se fala. Na sexta-feira passada, houve uma panfletagem em Alcântara chamando para o Grito dos Excluídos. São Gonçalo tem um deputado estadual de esquerda, Josemar, do PSOL. Foi convidado? Não. E o PCdoB? O PSTU? Também não foram chamados pelo Fórum de Sustentabilidade, que organizou o evento com alguns coletivos. Quem apareceu foi o suplente do PT na Câmara de Vereadores, Ricardo Castor, que no início dos anos 2000 foi afastado do cargo (era vereador) envolvido em um caso de propina.

A EXTREMA direita continua ativa e é maior que Bolsonaro, embora precise de seu carisma.

DERROTÁ-LA significa organizar as lutas, intervir nos conflitos com a maior unidade possível. Do contrário, continuaremos com o pacote social-democrata do lulismo, que melhora as condições de vida da população, mas não a conscientiza de que o capitalismo reproduz miséria e violência contra os pobres.

*Wendell Setubal – Revisor de texto com Pós-Graduação pela PUC-MG. Publicado originalmente na página Fato e Ideias no Facebook.

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