Pedido de Música

Preencha os campos abaixo para submeter seu pedido de música:

A SEMANA - Milei enfrenta terceira greve geral de trabalhadores em 16 meses - CL Web Rádio

A SEMANA – Milei enfrenta terceira greve geral de trabalhadores em 16 meses

Aposentados protestam cada semana contra a queda de salários e perda de benefícios “a repressão nos faz mais fortes, lutaremos até o fim” (Foto: @yllueve / Instagram)

Antes da greve milhares de manifestantes argentinos marcharam ao Congresso para acompanhar a mobilização semanal de aposentados

Sofía Hammoe*

Apesar do funcionamento dos ônibus urbanos na cidade de Buenos Aires, a greve geral na Argentina nesta quinta-feira (10) teve alta adesão de trabalhadoras e trabalhadores. A medida foi organizada pelas três centrais sindicais em todo o país, em contra das políticas do presidente Javier Milei eleito pela coalizão La Libertad Avanza (A Liberdade Avança).

A greve foi precedida pela marcha realizada na quarta-feira (9) quando milhares de trabalhadores e trabalhadoras acompanharam novamente a mobilização de aposentados que protestam frente ao Congresso Nacional, a cada semana. Os e as manifestantes reclamam contra a queda das aposentadorias e o corte no desconto para compra de medicamentos, dentre outras medidas de governo que prejudicaram a situação das pessoas idosas.

Rumo ao desastre

O secretário geral da Central de Trabalhadores da Argentina – Autônoma (CTA-Autônoma) Hugo Godoy, publicou um comunicado com a avaliação do desenvolvimento da ação sindical.

“Com a mesma firmeza de ontem durante a manifestação e abraço solidário a aposentados e aposentadas, hoje também a classe trabalhadora se expressa novamente contra o desastre ao que nos encaminha o presidente Milei”. Godoy ainda advertiu que “se não há mudança de rumo (no governo) as mobilizações e as greves irão se aprofundando”.

Por sua vez, um dos secretários gerais da Confederação Geral do Trabalho (CGT), Héctor Daer, afirmou em coletiva de imprensa que a greve geral foi um “sucesso contundente” além de felicitar a trabalhadoras e trabalhadores.
“O movimento operário tem uma pauta clara e concreta para mudar as políticas de salários” que implementa o governo do Milei, autodenominado “libertário”, na Argentina.

Segundo o informe do primeiro ano do governo Milei, desenvolvido pelo Centro de Economia Política Argentina (CEPA) mais de 12.000 empresas fecharam suas portas, houve uma queda de quase 210 mil trabalhadores registrados.
Outro estudo do CEPA, analisa a brecha de gênero entre a população jovem desempregada dentre 14 e 29 anos, em 2024. Os homens desempregados representaram o 13,6% e as mulheres o 16,1%

A Associação de Trabalhadores do Estado em nível nacional (ATE – Nacional) estimou que o salário dos funcionários públicos caiu quase 45% durante o governo Milei. O sindicato também repudiou o anúncio do chefe de gabinete, Guillermo Francos sobre o prêmio que receberiam diretivos de órgãos que demitissem mais pessoas.

Ameaças

Por parte do governo nacional, o porta-voz Manuel Adorni publicou a mensagem difundida nas estações de trem que criminaliza a greve e convida os cidadãos a denunciar pressões para acatar à paralisação.

Porém, em diversas empresas e órgãos trabalhadores denunciaram ameaças se aderissem à greve. De fato, as escolas públicas da cidade de Buenos Aires, obrigaram o pessoal diretivo a manter as portas abertas e receber estudantes, mesmo sem professores ou professoras. O prefeito da cidade, Jorge Macri (primo do ex-presidente Mauricio Macri) anunciou por meio da ministra de educação local, Mercedes Miguel, que será descontado o dia a docentes de acatassem a medida sindical.

Nesse sentido o titular da Associação de Trabalhadores do Estado da Capital Federal (ATE Capital), Daniel Catalano publicou na rede social X “aonde denunciamos a patronal que ameaça trabalhadores pelo exercício do seu direito de protesta?”

O próprio porta-voz, Adorni antes da segunda greve geral contra o presidente Milei, em maio de 2024, anunciava em coletiva de imprensa que o dia de paralisação seria descontado do salário de quem aderisse à greve.

Milei ainda teve que enfrentar a primeira greve geral com apenas 45 dias de governo, em janeiro de 2024. Nesses dias, o executivo tentou impor um decreto para mudar quase 700 leis. Além disso, o primeiro mês da sua gestão acabou com quase 26% de inflação e a depreciação do peso argentino em mais de 50%.

*Correspondente da Pulsar Brasil

Deixe seu comentário:

© Todos os direitos reservados a Censura Livre- 2018 ~ 2019