A DUPLA DERROTA DA DIALÉTICA - CL Web Rádio

Por Wendell Setubal*

Foto: Reprodução/Internet

A TESE de doutorado de Leandro Konder, um dos melhores intelectuais da esquerda brasileira, apresentada logo após o Golpe de 1964, chamava-se A Derrota da Dialética e analisava criticamente o papel da esquerda nos eventos que precederam o Golpe.

AVIZINHA-SE, talvez, uma segunda derrota, desta vez mais humilhante: a classe trabalhadora brasileira votando nas propostas da extrema direita.

NÃO estamos sozinhos, trata-se de uma tendência mundial: na Europa e nos Estados Unidos a classe trabalhadora é contra os imigrantes, que tiram seus empregos. A burguesia sorri porque os imigrantes ajudam a rebaixar os salários, aumentando ou mantendo alta a taxa de lucro e quem rouba os empregos é a IA, verdadeiro capanga pós-moderno do grande capital.

E LULA?, perguntará alguém. Vai bem, obrigado, mas as pesquisas tiram o seu sono.

A PESQUISA Quaest mostra que ganha de todos os possíveis candidatos da extrema direita, Gustavo Lima, Eduardo Bolsonaro e Pablo Marçal, mas com queda na intenção de voto e enfrentando gente de quinta categoria como os acima citados.

E BOLSONARO? O horroroso PL quer alterar a Lei da Ficha Limpa, reduzindo a inelegibilidade do condenado para dois anos, possibilitando a candidatura do lamentável capitão. Haja casuísmo!!!
E anistia para todos, antes mesmo do
julgamento!!!

VOLTANDO à pesquisa, Lula continua a cair na faixa dos 2 a 10 salários mínimos: nos extremos, ganha entre os pobres e perde entre os mais ricos.

A JUVENTUDE quer posições mais claras sobre política de segurança pública. O PT há oito anos está no poder na Bahia, que tem a polícia mais violenta do Brasil, a que mais mata.

SETORES da esquerda, perplexos com a adesão ao ideário fascistoide, esquecem que é uma geração que não viu ou participou das assembleias sindicais maiores do mundo (Lula em Vila Euclides, em assembleia de uma categoria só, reunindo 80 mil pessoas). A Inteligência Artificial cresce e o emprego diminui. Quaquá delira e pensa Maricá como um mundo à parte.

PARA culminar, tem como aliados os identitaristas. Não precisa de inimigos…

*Wendell Setubal – Revisor de texto com Pós-Graduação pela PUC-MG. Publicado originalmente na página Fato e Ideias no Facebook.