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Por Wendell Setubal*
Imagem: Divulgação/Internet
HOJE, poucos falam de Aldous Huxley. Ele escreveu Admirável Mundo Novo, uma sátira ao estalinismo então vigente na União Soviética.
É A história de uma sociedade em que todos são felizes, graças ao governo. Na verdade eles são OBRIGADOS a ser felizes. Atualmente, quem ocupa o lugar do governo é o capital financeiro internacional, principal operador através da globalização.
A GLOBALIZAÇÃO destruiu culturas, hábitos, provocando como resposta um renascimento do nacionalismo de extrema direita. Vejamos os exemplos: já governou o Brasil (Bolsonaro), EUA (Trump), governa a Argentina, Itália, Hungria, Turquia, Polônia e tem chances na França, na Espanha e em Portugal.
O MAL-ESTAR persiste, independentemente de quem esteja no governo. Dois problemas são os mais importantes, também no Brasil, embora aqui apresente variações: a crise de representação e o enfraquecimento da democracia.
A CRISE de representação é óbvia. Votamos em um candidato e chegando lá ele faz diferente. É alto o número de pessoas que não votam quando não é obrigatório. Se votar não adianta, para quê democracia?
ESTE é o terreno ideal para plantar o autoritarismo, principalmente por parte da extrema direita. A direita não golpista pede o respeito à Constituição e a interdependência entre os três poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário. Setores mais radicais de esquerda chamam esta democracia de burguesa. Sim, sua gênese é a burguesia que liderou a Revolução Francesa, mas sua validade ultrapassa a burguesia. O que nós, da esquerda, defendemos é a ampliação da democracia: democracia direta.
COM a internet, é possível consulta à população de forma rápida ou plebiscito ratificando ou não resoluções, como aconteceu no Chile. Outra experiência exitosa foi o Orçamento Participativo, proposta do PT.
POR fim, o Brasil mistura presidencialismo com parlamentarismo. Constam do Orçamento recursos que devem ser entregues aos parlamentares para empregar em sua base eleitoral. Parte dos recursos é secreta, acredite. A campanha eleitoral é feita com gasto público. Os parlamentares têm poder para aumentar esta verba e controlando seus partidos desviam os recursos para suas campanhas, lançando pseudocandidaturas, os laranjas, para ficar com o dinheiro.
A ESQUERDA abre mão de suas utopias e cada vez mais se institucionaliza. Lula consegue ser bonapartista, ouvindo todo mundo, mas a burguesia procura um candidato. E nós, procuramos o quê? Os cacos das utopias. Voltar com elas. Pense nisso.
*Wendell Setubal – Revisor de texto com Pós-Graduação pela PUC-MG. Publicado originalmente na página Fato e Ideias no Facebook.