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AMERICANOS PERPLEXOS: A plateia está torcendo pelo bandido, não pelo mocinho - CL Web Rádio

AMERICANOS PERPLEXOS: A plateia está torcendo pelo bandido, não pelo mocinho

Por Wendell Setubal
Ilustração: Reprodução/Internet

A United Healthcare é uma das maiores empresas norte-americanas de seguro saúde, que aqui chamamos de Plano de Saúde. Veio se estabelecer no Brasil e comprou a Amil.

Ficaram uns 10 anos no país e depois venderam. Um brasileiro que lidava diretamente com a direção norte-americana afirmou que os americanos estranhavam a ida do brasileiro ao médico para tratar de uma gripe. A reclamação era maior porque o usuário ia ao seu médico, não ao da Amil.

Há cerca de duas semanas seu principal executivo foi assassinado em Nova York e, surpreendentemente, as redes sociais aplaudiram o jovem italiano de capuz que o matou. A mídia mostrou-se chocada com o acontecido, lamentando a morte de um homem que deixa “dois filhos sem pai”. Faço uma breve parada, não para enxugar as lágrimas, mas cuspir minha ojeriza à mídia burguesa. Uma pessoa que leu o lero-lero de pai de dois filhos respondeu na lata: “Bin Laden também tinha.”

Há menos de um mês, o povo americano escolheu Donald Trump para presidente. Torce mais para o “bandido” do que para o mocinho. Como se preferisse os índios e não John Wayne.

Como se trata de uma sociedade extremamente doutrinada para o individualismo, é comum a aparição de lobos solitários. Uma forma diferente de luta de classes, herdeira da tradição anarquista. Há 20 anos, um Lobo Solitário, Unabomber, agia sozinho, até ser preso. Quando, na prática, entender que a luta coletiva tem mais chance de ser bem-sucedida, os lobos solitários darão um salto de consciência.

Acabarão se aliando a Chapeuzinho Vermelho.

***

O manifesto abaixo foi redigido pelo italiano acusado pelo assassinato do executivo americano. A mídia recusou-se a divulgá-lo. Julgue você.

MANIFESTO
Para os federais, vou ser breve, pois respeito o que vocês fazem pelo nosso país. Para poupar-lhes uma longa investigação, afirmo claramente que não estava trabalhando com ninguém. Foi bastante trivial: um pouco de engenharia social elementar, CAD básico e muita paciência. O caderno espiral, se estiver presente, tem algumas anotações e listas de tarefas que esclarecem a essência do problema. Minha tecnologia é bastante restrita porque trabalho com engenharia, portanto, provavelmente não há muitas informações sobre ela. Desculpas por qualquer mal que possa ter causado, mas isso tinha que ser feito. Sinceramente, esses parasitas simplesmente mereceram. Um lembrete: os EUA têm o sistema de saúde nº 1 mais caro do mundo, mas ainda assim ocupamos a 42ª posição em termos de expectativa de vida. A United[1] é a maior empresa [indecifrável] dos EUA em termos de capitalização de mercado, atrás apenas da Apple, Google e Walmart. Ela cresceu e cresceu, mas e a nossa expectativa de vida? Não, a realidade é que essas [indecifrável] simplesmente se tornaram poderosas demais e continuam a abusar de nosso país para obter lucros imensos, porque o público americano permitiu que elas saíssem impunes. Obviamente, o problema é mais complexo, mas não tenho espaço e, francamente, não tenho a pretensão de ser a pessoa mais qualificada para apresentar o argumento completo. No entanto, muitas pessoas já esclareceram a corrupção e a ganância (por exemplo, Rosenthal, Moore), décadas atrás, e os problemas simplesmente permanecem. Não se trata de uma questão de conscientização neste momento, mas claramente de jogos de poder em ação. Evidentemente, sou o primeiro a encarar isso com uma honestidade tão brutal.(*)

(*) Este texto só pôde ser feito devido a informações enviadas para mim por um amigo que mora na Espanha, o escritor brasileiro Halley Margon.

*Wendell Setubal – Revisor de texto com Pós-Graduação pela PUC-MG. Publicado originalmente na página Fato e Ideias no Facebook.

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