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Prefeitura de Niterói prioriza paisagismo em detrimento da vida na Lagoa de Piratininga e negligência os pescadores artesanais da região
Por Emir C. Zar*
Foto: Reprodução redes sociais
Niterói/RJ, 06/09/2023 – Em meio às aspirações de transformar a Lagoa de Piratininga em um cartão postal, a comunidade local se depara com um novo e alarmante episódio de mortandade de peixes, ressaltando a urgente necessidade de preservação desse importante ecossistema. Enquanto a Prefeitura investe em grande projeto paisagístico da área, os apelos para salvar a lagoa se intensificam, lembrando a todos que o equilíbrio ambiental está em risco.
Desde os primeiros raios de sol, moradores e visitantes têm testemunhado uma cena devastadora: peixes mortos flutuando na superfície da Lagoa de Piratininga. Este não é um incidente isolado. Trata-se de mais um triste capítulo em uma série de eventos que evidenciam o sofrimento contínuo do ecossistema aquático da lagoa.
A Lagoa de Piratininga, um dos pontos turísticos mais emblemáticos da região, tem sido alvo de planos ambiciosos de revitalização e urbanização. No entanto, a aparente negligência em relação à saúde da lagoa levanta questões sobre os impactos a longo prazo desses projetos de desenvolvimento.
Moradores locais e ativistas ambientais expressam preocupações com a qualidade da água da lagoa, citando o despejo inadequado de esgoto e poluentes, além da escassez de medidas de conservação ambiental. Para eles, é essencial que as autoridades ajam com rapidez e determinação para preservar esse recurso natural valioso.
“A Lagoa de Piratininga está pedindo socorro”, afirma em rede social, um dos líderes do movimento de preservação. “De nada adianta tanta urbanização no entorno de uma lagoa que agoniza. É preciso que todos entendam a importância de conservar este ecossistema e adotem medidas eficazes para reverter essa situação alarmante.”
Enquanto isso, a comunidade local e os defensores do meio ambiente continuam a lutar pela preservação da Lagoa de Piratininga, na esperança de que a beleza natural desse local icônico possa ser mantida para as futuras gerações, juntamente com um ecossistema saudável e equilibrado.
Além disso, o presidente da Associação de Pescadores e Amigos da Beira da Lagoa de Piratininga, Luiz, também fez um apelo urgente em grupos de Whatsapp: “Precisamos muito de ajuda para a abertura desse túnel do Tibau”. E completou: “Estamos comprometidos em preservar esse ambiente único e pedimos a todos que se unam a nós nesse esforço vital para nossa comunidade e a natureza que amamos.”
A mortandade de peixes na Lagoa de Piratininga é um lembrete urgente de que a preservação do meio ambiente deve ser prioridade, mesmo em meio a projetos de desenvolvimento, para garantir um futuro sustentável para a região e o planeta como um todo.
Enquanto a Prefeitura de Niterói investe milhões em projetos paisagísticos para a orla da Lagoa de Piratininga, por meio da obra do Parque Orla Alfredo Sirkis, e planeja aumentar o adensamento populacional dos bairros próximos como visto na proposta de revisão da lei do Plano Diretor, uma triste realidade passa despercebida: a mortandade de peixes e a negligência com os pescadores artesanais locais. Enquanto os holofotes se concentram nas obras e projetos mirabolantes, a vida na lagoa definha e as comunidades que dela dependem sofrem as consequências.
A Lagoa de Piratininga, que deveria ser uma fonte de alimento e renda para a população local, está agonizando. A mortandade de peixes se tornou uma cena comum, um eco do descaso com a qualidade da água e a saúde do ecossistema. A prefeitura insiste em transformar a região em um cartão postal, mas esquece que a lagoa também precisa de atenção.
Enquanto isso, uma intervenção simples poderia fazer a diferença: a desobstrução do canal que liga a lagoa ao mar. Como visto recentemente na Lagoa de Itaipu, onde a prefeitura agiu para restabelecer a conexão entre o mar e a lagoa, a troca de água poderia revitalizar a Lagoa de Piratininga. No entanto, essa ação é negligenciada em prol de projetos estéticos.
Os pescadores artesanais da região são os mais afetados por essa situação. Suas atividades, que deveriam ser uma fonte de sustento, estão comprometidas devido à degradação da lagoa. Enquanto a prefeitura promove obras ostensivas, a vida desses trabalhadores é deixada de lado.
Poucos veículos de mídia, inclusive locais, fizeram a cobertura da tragédia ambiental. É lamentável que a mídia convencional foque mais nas grandiosas obras e projetos da prefeitura do que nas questões ambientais e sociais que afetam diretamente a comunidade. É hora de questionar as prioridades do poder público e exigir que a vida na Lagoa de Piratininga seja valorizada tanto quanto o paisagismo em sua orla. É tempo de ação e não apenas de palavras vazias. A lagoa pede socorro, e é dever da prefeitura atender a esse chamado urgente.
*Agência de Notícias Alternativas-ANOTA
