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ACREDITE, A ESQUERDA TEM PROPOSTAS - CL Web Rádio

ACREDITE, A ESQUERDA TEM PROPOSTAS

Por Wendell Setubal*/
Imagem: Reprodução/

DEVIDO ao pouco enraizamento que tem, boa parte da esquerda reside nos bairros tradicionais, enquanto o povo mora na periferia ou nas favelas. Há um hiato enorme entre a esquerda escolarizada e o povo.

ENQUANTO o povo se prepara para a Revolução, através de suas lutas específicas – a Revolução é uma possibilidade, não uma inevitabilidade – a esquerda quer que ela surja pronta e acabada.

PEGUEMOS aleatoriamente uma das propostas do PSTU, a mais importante: uma greve geral. Para toda luta, a proposta da greve geral. As massas aprovariam a proposta em uma assembleia. Os dirigentes sindicais não colocam este ponto na pauta, portanto a greve geral só vai ser discutida, talvez aprovada, nos locais em que o PSTU for hegemônico.

É UMA dialética de ferro: as massas querem ir à luta, mas são tolhidas pelas direções burocráticas. Se acatam suas direções, não estão tão combativas assim; do contrário, por que não passam por cima dessas direções conciliadoras?

EM 1968, a dissidência interna do PCB – Vladimir Palmeira, José Dirceu, Daniel Aarão Reis, Franklin Martins e outros – criticava a Ação Popular (AP), chamando a política dela de “do bebedouro ao imperialismo”.

O BEBEDOURO não funciona / faltam verbas / a ditadura diminui as verbas para a educação / faz parte do acordo MEC/Usaid / a Usaid é norte-americana / logo, se falta água, a culpa é do imperialismo.

NO CONGRESSO do PSOL, decidiu-se pelo apoio a Lula no 1º Turno. Em contrapartida, Lula teria de abrir a negociação em torno dos seguintes pontos: revogação do teto de gastos, revogação da nova legislação trabalhista e taxação das grandes fortunas. Se forem aprovados não vão destruir o capitalismo, mas a classe trabalhadora começará a perceber os benefícios destas medidas e, se for feito um trabalho de base eficiente, os trabalhadores verão a eficácia não como dádiva de Lula e sim como fruto de sua atividade coletiva.

O TETO de gastos é apresentado como racional, não gastar mais do que arrecada, mas congela os investimentos em Saúde e Educação. E parte do que arrecada é desviada para pagar a dívida interna do governo.

REVOGAR as novas leis de trabalho ataca a burguesia no que ela mais preza: o aumento da taxa de lucro, do trabalho não remunerado, o Mais Valor ou Mais Valia.

POR fim, a taxação de grandes fortunas é adotada por vários países. Imposto de Renda se abate, mas quem paga é a classe média baixa e a média média.

É PRECISO fazer propaganda desses pontos durante a campanha para que sejam defendidos após a vitória de Lula. Como não participará do governo, o PSOL tem liberdade para propagandear os pontos.

Vamos à luta.

*Wendell Setubal – Revisor de texto com Pós-Graduação pela PUC-MG. Publicado originalmente na página Fato e Ideias no Facebook.

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