Preencha os campos abaixo para submeter seu pedido de música:
Por José Luiz Rodrigues Sertã
A confirmação da chapa Lula e Alckmin vem validar a tese do escritor Gilberto Vasconcelos, de que os governos petistas nada mais são do que a continuação dos governos tucanos de direita e seguidos pelos governos Temer e Bolsonaro.
Qualquer pessoa atenta à política pode perceber como os políticos da esquerda liberal dão tiro no pé a todo o momento. Fazem alianças com quem sempre os defenestraram e o traíram. Não querem enxergar que a política não se move sem luta de classe.
Cada vez mais, se enchafurdam na lama que eles próprios criaram. Foram esses mesmos governos que permitiram a entrega de todo a nossa riqueza para o capital imperialista e agora, numa atitude demagógica, levantam a bandeira da revogação dos crimes que eles mesmos cometeram. Até o bastão do Leonel Brizola eles querem tomar para si, em uma atitude tardia e oportunista, já que a esquerda revolucionária, antecipadamente reconheceu, em sua autocrítica, a importância do Brizola, tanto nas lutas do passado como após a volta do exílio.
Uma das qualidades de um político que deseja se tornar um estadista e um líder do seu povo é reconhecer os erros do passado, pegar o bastão daquele que enfrentou nas diversas frações da burguesia, sem saltar o alambrado e dar continuidade na luta. É possível que um político que permitiu que a burguesia cometesse diversos crimes contra o povo trabalhador, de uma hora para outra, com um discurso diversionista, mudar alguma coisa?
Brizola (foto) nunca iria conciliar com essa mesma burguesia que se aliou com a burguesia imperialista para dar o golpe sobre o governo João Goulart em 1964, interrompendo um processo que estava em vias de levar a classe trabalhadora ao poder. Esse pretenso estadista, que não se assume de esquerda, pretende pegar as bandeiras da esquerda consequente, principalmente a revogação das privatizações, para mostrar para o povo que está preocupado com a riqueza do país.
Brizola foi um tenaz líder de massas, que fez de tudo para tomar o poder e não apenas ser um governante de mais um modelo de governo burguês. Antes de 1964, o pedetista defendia a todo custo um governo que tivesse um projeto de reformas de base, como reformas agrária, educacional, urbana, limitação de envio de capitais ao exterior e etc.
Esse mesmo tucanismo vendeu por uma bagatela uma das maiores empresas estatais do mundo, a brasileira Vale do Rio Doce. Entregou o pré-sal, permitiu que os americanos espionassem a Petrobras para obterem informações privilegiadas e nem se revoltaram com isso.
Permitiram o uso da Base de Alcântara pelos americanos, com o governo de Jair Bolsonaro. Permitiram a extração de nossas riquezas minerais, enquanto nossos setores de ciência, tecnologia e pesquisa sofressem à míngua com a falta de investimento. Nossa educação pública, precária e defasada, durante seus governos ptucanos de abundância, é o retrato do abandono e da decadência. Nossa saúde também precária nunca foi satisfatória para atender o povo. Por outro lado, a riqueza é jorrada para fora do Brasil. Um país que produz riqueza como o nosso precisou até importar médicos para cobrir sua medicina deficitária.
Nesse ano de eleições, já tanto midiatizadas pela direita como pela esquerda, grupos ptucanos querem passar para o povo que este é o ano da virada, que o povo não precisa entrar na política do enfrentamento nas ruas, bastando sentar no sofá e assistir à vitória pela televisão. O povo já mandou o recado nas eleições passadas jogando diversos políticos, tanto de esquerda como de direita, para o lixo da história.
É nesse momento de tantas incertezas que brotam os grandes líderes, e a esquerda liberal ocupando esse espaço de forma improdutiva deveria abandonar suas ilusões e se somar na luta com o povo. O povo deseja uma mudança para valer e para os seus que estão na miséria.