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Foto: Divulgação/
A votação do projeto de lei que estabelece 2% de cotas para pessoas trans em concursos públicos municipais, que seria votado nesta quarta-feira (17-11), foi transferida para esta quinta (18), por causa do tumulto liderado pelo vereador bolsonarista Douglas Gomes (PTC).
A vereadora Benny Briolly (PSOL) – autora do projeto que pode ser um marco para a cidade – descreveu os ataques que sofreu durante a discussão da matéria, em primeira votação.
“Durante minha fala, quando apresentava dados sobre a transfobia brasileira, os gritos e xingamentos dos bolsonaristas me interrompiam. Fui chamada de “traveco”, “viadinho” e “piranha”. Foi muito violento”, contou a vereadora Benny.
A vereadora Benny Briolly discursava sobre o Brasil ser responsável por 41% de todos os assassinatos de pessoas trans no mundo, de acordo com relatório TGEU. Enquanto na galeria, a base bolsonarista interrompia xingando e afirmando que o dado seria mentiroso.
Movimentos LGBTIA+ estiveram presentes para pressionar pela aprovação. O vereador Douglas Gomes, no entanto, teve uma postura violenta e chegou a dar voz de prisão a uma travesti que estava junto aos movimentos de apoio à aprovação.
“O vereador Douglas, com muitas falas infelizes, transfóbicas e fascistas, me deu voz de prisão depois de eu expor o fascismo dele. Uma voz de prisão de um homem branco cisgênero dentro de um lugar onde lutamos por democracia, mas sabemos de quem é a voz que mais fala e que manda. Me senti oprimida”, narrou Colle, articuladora da Casa Nem.
A criação do PL 2% surge da necessidade de reparar a trajetória da comunidade trans marcada pelo desemprego e a vulnerabilidade que, consequentemente, levam estas pessoas para o trabalho informal e até a marginalização. A autora do projeto de lei, Benny Briolly, é a vereadora mais votada no município e a primeira vereadora travesti do estado do Rio de Janeiro.
A votação do projeto de lei foi adiada por questões regimentais. Os movimentos LGBTIA+ prometem ocupar o plenário mais uma vez.
O vereador Douglas Gomes negou todas as acusações.