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Por Wendell Setubal/
Imagem: Reprodução/Internet/
As instituições de uma República, chamadas de Os Três Poderes, tiveram como principal autor o filósofo francês Montesquieu. Os três poderes são o Executivo, o Legislativo e o Judiciário, independentes entre si.
O senso comum acha que vereadores, deputados estaduais e federais e senadores são todos corruptos e só querem levar vantagem.
Em relação ao Executivo, seja presidente ou governador, ou prefeito, a população também acha que não prestam.
Mas, quando se trata do Judiciário, a maioria elogia, embora discorde de juiz tirar da cadeia um “bandido”. As pessoas desconhecem que há juízes e desembargadores que vendem sentenças.
Em uma audiência no Fórum de São Gonçalo, um advogado pediu gratuidade das custas judiciais para o seu cliente, alegando que ele não tinha recursos. O juiz negou, afirmando que a pessoa estava com uma camisa Lacoste, marca famosa e cara, a camisa que tem um jacaré como símbolo. O advogado, que me contou a história, retrucou que não se tratava de uma Lacoste autêntica, era uma camisa de marca “falsa”, comprada no camelô da rua da Feira, em Alcântara. Inútil, o juiz negou a gratuidade.
Vamos relembrar o caso Lava Jato. Conquistou a simpatia da opinião pública porque pela primeira vez rico era preso. Prenderam até o presidente da Odebrecht. O intuito oculto era recolher provas que incriminassem Lula, impedindo que saísse candidato. Sérgio Moro, com pose de juiz isento, “sério”, queria condenar Lula, mas as provas não estavam à vista. (Não acho que Lula tenha sido honesto e inocente. Mas o fato que gerou sua condenação, o triplex do Guarujá, foi uma farsa porque não existe escritura do imóvel com sua assinatura.)
Até setores da esquerda socialista elogiavam a Lava Jato. Aí houve a revelação das reuniões do FBI com os procuradores da Lava Jato. A imprensa norte-americana apurou que diretores do FBI ligados ao Partido Democrata tiveram o aval de Barack Obama para concretizar a operação que inicialmente afastaria Dilma Rousseff. O golpe foi bem-sucedido, Dilma apeada do poder, o vice que assumiu congelou gastos sociais e a burguesia partiu para o confronto com os setores populares.
A farsa de Moro e seus cupinchas está evidente, hoje, mas Lula foi condenado em segunda instância em dois processos e dificilmente terá os direitos políticos recuperados.
Não estou afirmando que as decisões judiciárias são sempre prejudiciais ao povo, mas não se pode esquecer que o Judiciário, em última instância, vai defender o capitalismo, nos marcos da democracia burguesa.
Por que estou reiterando o que já afirmei aqui? Porque no Brasil o que está ruim pode piorar.
Uma juíza em Santos (SP) indiciou Guilherme Boulos, do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), e mais dois militantes do Movimento, acusando-os de invadir o triplex que condenou Lula para protestar contra a prisão.
Chama atenção a estupidez dos argumentos: o procurador afirma que eles queriam destruir coisa própria, que estava em poder de terceiro por determinação judicial. Coisa própria de quem? O MTST é dono do triplex? Eles se juntaram a Lula para ganhar benesses da Construtora OAS? Detalhe: BOULOS NÃO ESTAVA EM GUARUJÁ.
É mais uma farsa, mas fornece indícios de como a classe dominante quer, “democraticamente”, atacar a esquerda, e, no limite, prender e exterminar. O Poder Judiciário tem dono e tem lado. Não é o nosso e nem a favor dos que compram na rua da Feira.
É mais uma farsa, mas fornece indícios de como a classe dominante quer, “democraticamente”, atacar a esquerda, e, no limite, prender e exterminar. O Poder Judiciário tem do no e tem lado. Não é o nosso e nem a favor dos que compram na rua da Feira.