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Foto: divulgação
Ademar Lourenço, do Esquerda Online
O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (PMDB), mandou aumentar as passagens de ônibus e do metrô no início deste ano. A mais cara vai subir de R$ 5,00 para R$ 5,50. R$ 0,50 pode parecer pouco, mas é muito para o trabalhador que depende do transporte todos os dias para sair de casa.
Não podemos ver este aumento de forma isolada. Desde 2015, a passagem aumentou de R$ 3,00 para R$ 5,50. Um aumento de 83% em cinco anos. Se descontarmos a inflação (corrigida pelo IPCA-IBGE), o aumento real foi de 52% em cinco anos.
Para quem ganha salário mínimo, duas passagens por dia custavam 22% de toda a renda em 2015. Em 2020, vai custar 31% da renda. Quase um terço. E ainda vai ter que sobrar dinheiro para comer, pagar aluguel, entre outras despesas da família.
Isto sem falar nos mais de 300 mil desempregados no Distrito Federal. Segundo dados do próprio governo, em maio de 2019 mais de 19% dos trabalhadores não conseguiam emprego. Com a passagem a este preço, não dá nem para sair de casa para entregar currículo.
E a qualidade? Só piora. O Distrito Federal tem um dos dez piores sistemas de transporte do mundo. O trabalhador tem que passar boa parte do dia esperando ônibus ou se apertando dentro dele. Nenhum dos políticos que decidem o aumento da passagem sabem o que é esta rotina.
Os sucessivos governo do Distrito Federal favorecem o lucro dos empresário do transporte e descem o chicote no lombo do trabalhador. Na campanha eleitoral prometem ajudar quem mais precisa, mas depois de ganhar o voto aumentam o preço da passagem. A mobilização contra o aumento é mais do que justa. É uma questão de sobrevivência.
Inflação (IPCA-IBGE) 2015-2019: 31%
Aumento do preço passagem (de R$ 3,00 para R$ 5,50): 83%
Aumento real de 52%
Salário mínimo em 2015: R$ 788
Salário mínimo em 2020: R$ 1.045
Em 2015: 60 passagens gastavam 22% do salário mínimo
Em 2020: 60 passagens gastavam 31% do salário mínimo